GINGER & ROSA
Este filme, lançado em 2013 e dirigido por Sally Potter (Por quem choram os homens e Orlando, a mulher imortal), foi produzido por quatro países: Reino Unido, Dinamarca, Canadá e Croácia. Vemos, sem cenas longas, a amizade bela, íntima, feliz e que parece infinita de duas amigas, uma tão diferente da outra quanto a cor dos seus cabelos: uma é ruiva, Ginger, a outra morena, Rosa. Elas são adolescentes, com os anseios e desejos de descobertas da idade, graves desajustes com as mães (crise conjugal presente…), mas a amizade tem em seu redor a Guerra Fria, a Crise dos Mísseis de Cuba, o medo da guerra nuclear, época dos movimentos em prol da paz, pacifistas e ativistas…A amizade não pode existir à margem da realidade e algo potencialmente perigoso paira no ar e esse fato parece sair como uma bomba da notável expressividade da atriz ruiva (realmente adolescente), Elle Fanning – do que se aproveita a diretora, por meio de closes maravilhosos -, que nos contagia com sua interpretação fascinante, mostrando seus conflitos, seus dilemas, seu ideal de pertencer ao mundo e fazer algo para evitar a catástrofe nuclear e ao mesmo tempo enfrentando reviravoltas na amizade com Rosa, por fatos que ocorrerão no filme. Esses fatos envolverão o pai de Ginger – um pacifista e livre pensador, que defende até o fim suas ideias de não pertencer a nenhum sistema (sendo fascinante a oposição dessas ideias com as das famílias e mesmo de Rosa) – e a partir deles um turbilhão agitará o mundo dos personagens. Alice Englert faz Rosa, Alessandro Nivola o pai e o filme tem ainda, entre outros, Christina Hendricks (de Mad Men), Oliver Platt, Annette Benning e Timothy Spall. 8,0