FRENCH EXIT

Considerando várias experiências passadas, dá até medo de esperar o título deste filme em português, mas existe sempre uma esperança de que haja uma luz sobre cabeças que só pensam em lucro, para pelo menos traduzirem ao pé da letra o nome original, quem sabe para “Saída à francesa”, que seria algo coerente com o enredo. Este é um filme do diretor e roteirista americano Azazel Jacobs, sujeito anticonvencional em todos os filmes que faz. E aqui não ocorre uma exceção, porque esta produção apresenta muitos momentos inteligentes e até criativos, mas mesclados com outros absolutamente bisonhos e até mesmo excessivos ou entediantes. Há instantes de comédia, ironia beirando humor negro, seriedade respeitável, melancolia até, mas outros que parecem fora de sintonia e beiram até a chanchada e que deixam o espectador permanentemente intrigado e perplexo, sem sabe para onde essa estranha mistura está rumando. Talvez por isso, ou seja, pela expectativa de que repentinamente o filme dê uma guinada e se torne arrebatador, é que o filme mantenha seu interesse. Ou, enfim, na mistura excêntrica de coisas é que resida efetivamente a sua atração. Mas não há dúvidas de que é um filme irregular e dá a impressão de que poderia ser diferente nas mãos de um diretor menos “inovador”. Mas pelos pontos positivos não é algo desprezível e pode agradar boa parte do público, geralmente o que aprecia filmes diferentes ou estranhos. A trilha sonora é um dos fatores a serem enaltecidos, mas Lucas Hedges e principalmente Michelle Pfeiffer é que, em suma, tornam o filme assistível, com uma ótima química e sem mencionar que Pfeiffer sempre foi uma ótima atriz (embora no começo da carreira celebrada apenas pela beleza), mas agora, mais madura, está perfeita, ainda mais fazendo um papel bem diferente dos que já desempenhou e de certo modo bastante desafiador. O elenco tem ainda a conhecida Imogen Poots, entre outros. Um filme, portanto, de altos e baixos, mas que poderá ter seus admiradores. 7,8