Imprimir Shortlink

OS FABELMANS (THE FABELMANS)

Este é o primeiro filme que vejo em 2023, embora tenha publicado esses dias algumas resenhas atrasadas. Começo apresentando exemplos de filmes e depois faço uma pergunta: Tubarão, Contatos imediatos de terceiro grau, ET, A cor púrpura, Os caçadores da arca perdida, Jurassic Park, O resgate do soldado Ryan, Lincoln, The post. O que esses filmes têm em comum? Resposta: o diretor Steven Spielberg. Que com um currículo desses (e de vários outros filmes) dispensa qualquer apresentação, já tendo consolidado seu nome na história do cinema e, por decorrência, a qualidade de suas produções. Portanto, antes de assistir ao filme já sabemos que veremos algo de primeira linha em termos técnicos, o que envolve toda a produção, direção, edição, fotografia, som, trilha sonora, efeitos etc. Com o tempo e a experiência, Spielberg se tornou mestre e sabe realmente tudo de cinema. Absolutamente impecável na forma. Quanto à história, independentemente de ser uma autobiografia (mesmo que parcial), é algo muito interessante e também, como sempre, emocionante. Trata-se de uma homenagem ao cinema, com o relato de uma paixão que nasceu cedo e se desenvolveu e, paralelamente, do enaltecimento de valores morais e da família. Um filme repleto de humanidade e ternura, por mais obstáculos que existam para serem superados no caminho dos personagens. E assim é e deve ser a vida. Como sempre, um elenco excelente, com destaque para o jovem Gabriel La Belle e para Judd Hirsch (apesar de pouco tempo em cena), mas sendo surpreendente a atuação de Paul Dano (em um papel desafiador) e como sempre maravilhosa e encantadora a de Michelle Willians. Uma surpresa é a presença do cineasta David Lynch, fazendo o papel (rápido, porém marcante) de John Ford, a quem o filme credita como um dos maiores estímulos para a carreira do personagem. Existem no filme, como em todos os do diretor, algumas cenas muito especiais, porém uma delas é memorável e ocorre no acampamento noturno, sendo também magistral o seu desdobramento, com a notável interpretação de Michelle Willians, cujas expressões faciais – em um momento vital do enredo – vão variando e sendo registradas pela câmera, que nela repousa e dela se nutre completamente. Apenas na parte do período escolar e do bullying é que o filme tem seus pontos negativos, pois sem qualquer criatividade e recheada de estereótipos, muitos dos quais inclusive inverossímeis dentro do próprio contexto da autobiografia. Mas é uma bela obra, sem dúvidas e merece ser vista por todos, das mais variadas idades. No próximo Globo de Ouro do dia 10 de janeiro o filme vai concorrer nas categorias de Filme, Diretor, Roteiro, Atriz e Trilha sonora. E certamente em março deverá também estar presente com várias indicações ao Oscar. 9,0