DEIXA ELA ENTRAR (LET THE RIGHT ON IN)

Cinema alternativo, sueco. Forte, diferente, ora terno, ora aterrorizante, com um clima permanente de sobrenatural e suspense. Imprevisível, dentro da fantasia que narra de uma forma bastante original, este filme dirigido em 2008 por Tomas Alfredson (O espião que sabia demais, Boneco de neve) se passa em Blakeberg, um subúrbio de Estocolmo e é baseado no livro de mesmo nome – e que popularizou a expressão “deixe o certo entrar”, que tem várias conotações. Teve um remake americano em 2010, intitulado Deixe-me entrar (Let me in), com a atriz Chloe Grace Moretz. Esta versão original sueca apresenta além da harmonia do todo, marcantes atuações da dupla de protagonistas juvenis: da atriz sueca-iraniana Lina Leandersson e do ator sueco Kare Hedebrant (ambos com 13 anos na época). É uma obra com bastante clima e de uma estranheza que se mostra ao mesmo tempo fascinante e apavorante, tanto pelo tema, quanto pelo ritmo e forma de contar a história. Um filme que fala de amor, de amizade, de solidão, na verdade com um conteúdo profundamente existencial e que mostra inclusive o bullying como parte da natureza humana perversa e que está presente no mundo todo. Filme dos enquadrados como “de arte” e incluído entre os Cem melhores do século 21 pelo New York Times, os que o apreciarem certamente ficarão de alguma forma sensibilizados, além de também cativados com seu tema e suas derivações, de profundidade e impacto. Talvez haja exageros, mas também há preciosidades como a comunicação com o código Morse, o olhar de Eli e o sorriso de Oskar. Seja como for, é daqueles filmes que podem deixam impressões contundentes e que permanecem em nossas mentes e corações por muito tempo além de seu término. 9,1

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