Este drama francês concorreu em Cannes 2023 (portanto, indicado à Palma de Ouro), sendo um filme denso, com cenas fortes e alguma tórridas (não recomendável, portanto, para menores), envolvendo temática já vista antes, mas sempre perturbadora (porque tabu) e que possibilita abordagens diversas e inclusive originais. Invariavelmente chocantes e com derivações que podem ou não ser inesperadas ou seja podem surpreender. Co-produção norueguesa, apresenta uma competente direção de Catherine Breilat (Anatomia do inferno, Para minha irmã) e maravilhosas performances do elenco central, composto por Léa Drucker, Olivier Rabourdin e o jovem Samuel Kircher, em seu primeiro desempenho no cinema. Um filme difícil, que não serve a todos os gostos e que se tornou polêmico inclusive no gosto popular, ostentando diversas críticas e conceitos negativos. Contudo, como obra cinematográfica, é um trabalho que merece a devida valorização, pelo conjunto de fatores e pelo enredo, que segue certamente caminhos imprevisíveis a partir de determinado ponto, levando o espectador a ficar em dúvida sobre o desenlace dos fatos. O filme foi apresentado no famoso Festival Varilux do Cinema Francês 2023 e infelizmente todos os cartazes contêm spoiler, embora o próprio título em português, pra variar, já escancare o elemento principal do enredo. Observação: o título original significa mera e sutilmente “Verão passado”. 8,6