BOHEMIAN RHAPSODY

O nome do filme é o da música que protagonizou um fato da maior importância no início da trajetória da imortal banda inglesa Queen: Freddie Mercury e seus parceiros insistiram em gravá-la, mesmo contra a tradição da época de as rádios nunca tocarem músicas com mais de 3 minutos (e ela tem 6 minutos) e mesmo em se tratando de algo inédito no rock (pois a música mistura balada, rock e ópera…), causando uma ruptura corajosa com o patrocínio que tinham e de certa forma impulsionando de vez a carreira. Por sinal, Bohemian Rhapsody é a minha música preferida do Queen. E sou fã também – e muito – da lenda Freddie Mercury (eu e milhões). Por isso não é fácil ser isento ao ver um filme tão emocionante e que presta um tributo com tanta adrenalina e qualidade, mesmo preferindo não aprofundar certos fatos como poderia. O cantor era realmente uma força-viva da natureza, com uma voz magnífica e uma energia impressionante, ainda mais diante da aparente fragilidade de seu corpo e da ambivalência de sua alma. E está na tela toda a trajetória do ídolo, antes da fama, durante o merecido sucesso e até a da doença que o levou embora. Estão ali a família, os conflitos com a sexualidade, a evolução e os problemas da banda, a explosão do sucesso e do público. Tudo com a extraordinária interpretação do meu já favorito ao Oscar Rami Malek (o também brilhante protagonista da série Mr. Robot), a direção extremamente sensível e feliz de Bryan Singer (X-Men, Superman, Os suspeitos…) e um ótimo elenco, bem parecido com os personagens reais. Aliás, a reconstituição de época é muito boa, o filme possui muita qualidade técnica e também humana e se trata de um produto que não foi feito apenas para emocionar, mas para exaltar e eternizar um dos fenômenos do rock universal. O filme nos mantém reféns e embargados em muitos momentos, mas é na parte final que alcança o seu apogeu, com o estádio de Wembley lotado e fervilhando pelo projeto Live Aid e o conjunto comandado por seu mestre chegando ao auge de sua música e em momento inesquecível e de total interação com seu público e com o coração do mundo.  9,5