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Baseado na história em quadrinhos de mesmo nome de Richard McGuire, este filme de 2024 tem o mesmo cineasta, o mesmo par de protagonistas e o mesmo músico (autor da trilha sonora) do filme Forrest Gump, grande sucesso do cinema em 1994. Trinta anos depois, o diretor Robert Zemeckis (De volta para o futuro, Contato, Náufrago, Pinóquio) reuniu novamente os ótimos Tom Hanks e Robin Wright (além de Kelly Reilly, Paul Bettany e outros) para levar à tela grande uma ideia bastante interessante, contratando o mesmo Alan Silvestri para compor a trilha sonora – aliás, quando o filme começa constatamos que a música é familiar, lembrando aquela maravilhosa de Forrest Gump. A história do filme é simples, mas o mérito todo está realmente na sua sua forma, ou seja, na sua execução, pois além da força representada por filmes que focam na passagem do tempo e seus efeitos nas pessoas, são utilizados vários recursos tecnológicos para contar tudo com maior beleza e eficácia, além do evidente lirismo e delicadeza. O recurso principal é o dos quadros com cenas, inseridos em vários pontos da tela, em diversos tamanhos, conforme o momento. A partir desse fato, as emoções se desenrolam com o universo dos personagens ao longo de suas respectivas histórias. Porque o que vemos é um mesmo local, uma mesma casa na verdade (especificamente a sala grande de entrada), habitada por diversas pessoas e famílias ao longo de um século (na verdade, mais que isso). O filme, portanto, mostra o passar do tempo e a vida dos habitantes da aludida casa, seus dramas, suas tragédias, seus sucessos, suas frustrações, suas alegrias. É algo delicado e que transmite muitos sentimentos, merecendo bastante destaque já as cenas de abertura, onde resplandece a grandiosidade do cinema e a criatividade de seus agentes, mas também a cena final, maravilhosamente criativa e surpreendente. E o resultado será de algum modo positivo, conforme cada um receba as mensagens do filme e ali se enxergue, podendo ser altamente marcante para os que mais se identificarem nesta ótima fonte de recordações, memórias e reflexões. Detalhe: pelo que consta, o rejuvenecimento e envelhecimento de Hanks e Wright nas cenas pertinentes foi fruto do uso da Inteligência Artificial. 8,7