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Este é um filme recém lançado (2020), que se passa em Nova Iorque, falado em inglês (e certas partes em português) e dirigido pelo paulista Fernando Grostein Andrade. A trilha sonora, ótima, é de autoria do também brasileiro Gui Amabis (cujo trabalho vale a pena conhecer), mas tem músicas outras, como de Caetano e Zeca Veloso, por exemplo (Todo homem). Do ótimo elenco participa com destaque Seu Jorge (bom ator e bom inglês!), mas quem brilha é realmente o protagonista interpretado pelo garoto americano de 15 anos (ótimo) Noah Schnapp, conhecido por trabalhar na série Stranger Things. Mas fora ele atuam muito bem os demais componentes do elenco, entre os quais o americano Mark Margolis e a atriz polonesa Dagmara Dominczyk. Um filme, portanto, de várias etnias e que curiosamente aborda a coexistência –não exatamente pacífica- de várias religiões e crenças, pois o personagem principal (o garoto, que adora a culinária) tem o pai ateu, a mãe e a família dela judia e a família do pai muçulmana. O desafio, assim, é tanto gastronômico, quanto familiar, para harmonizar tudo isso e sobre essas temáticas repousa o roteiro, muito leve e bem elaborado. No contexto todo, desponta o garoto (de 12 anos no filme), na missão de manter a harmonia familiar (embora cometa um pecado em nome da “arte”), mas curioso para compor todas as possibilidades possíveis dentro de um universo extremamente rico de opções, sendo realmente simbólico misturar as culturas na confecção dos alimentos! E nessa torre de Babel o filme se desenvolve e a partir da sua melhor e definitiva cena (a do jantar) a aparente calmaria vai dar lugar a boas emoções e reflexões, deixando ainda assim, no final, várias perguntas no ar. Mas nada por conta do roteiro, que cumpre muito bem sua missão e entrega um filme agradável e totalmente enxuto.  8,5