A VIDA DE CHUCK

O cinema com todos os seus recursos (imagem, som, movimento, narrativa, trilha emocionante, roteiro enxuto e bem desenvolvido, performances) a serviço da arte, da filosofia de vida, da emoção, propiciando a cada um de nós não apenas se situar dentro do mundo atual sob a perspectiva científica, mas também sob o ponto de vista filosófico e refletir sobre o que é viver, afinal, a partir de um poema de Walt Whitman, intitulado “Canção de mim mesmo”. Whitman, que é ensinado nas escolas americanas, foi um poeta, ensaísta e jornalista estadunidense, um filósofo, tido por muitos como o “pai do verso livre”, que viveu no século 19 por cerca de 71 anos. Cada um de nós contém, em si, multidões. Com roteiro baseado em obra do aclamado Stephen King – inegável expoente em seu gênero literário –, este filme produzido em 2024 é uma viagem para nossos sentidos e também um estímulo para nossa inteligência. Com um detalhe: é realizado de uma forma extremamente criativa e com uma integração perfeita de todos os seus elementos, incluindo fotografia, trilha sonora e atuações, tudo funcionando na mais inabalável harmonia. As performances são tão vibrantes quanto naturais e de mais conhecido atua o britânico Tom Hiddleston (o Loki no Multiverso Cinematográfico Marvel), embora todos componham um afinado elenco. O menino, que é fora de série, é interpretado pelo ator canadense Jacob Tremblay, já indicado para vários prêmios de revelação no cinema. O filme tem muitos momentos marcantes, mas a cena a que se refere o cartaz é um deslumbre e simplesmente antológica. O diretor, excelente e inspirado, é o americano Mike Flanagan, especialista em filmes e séries de suspense e terror, como Doutor sono e Missa da meia-noite. Difícil definir um filme como esse, tão profundo, intenso, emocionante e criativo, inclusive na divisão temporal não-convencional que faz, com os seus três capítulos (ou três atos). Uma riquíssima e estimulante lição de vida! Perturbadoramente realista, mas repleto de luz! Nada menos do que perfeito! 10,0