A TRILHA DE SALINA (ROAD TO SALINA)
Uma produção de 1970 que ainda tem seus encantos, embora às vezes pareça meio “datada”, mais em razão do estilo de edição do que das imagens envelhecidas com o tempo. O fato é que o filme desde o início desperta a atenção por um mistério que já aparece e envolve uma certa identidade, que a princípio não poderia ser confundida. Trata-se de um visitante no local onde se passa todo o filme, que é um pequeno posto (também de gasolina), localizado em meio a uma paisagem mesclada de isolamento e paradoxalmente banhada não longe pelo mar, a caminho da cidade do título. O suspense se mantém e aos poucos é que o espectador vai desvendando os segredos que cada personagem parece guardar, envolvendo os fantasmas do passado. Robert Walter Jr. está muito bem, o mesmo ocorrendo com a veterana Rita Hayworth (em seu penúltimo filme, depois enfrentando os irremediáveis efeitos do alcoolismo), mas a cereja do bolo e que marcou o filme para muitos adolescentes dos anos 70 é a bela e misteriosa personagem da atriz Mimsy Farmer, com sua plástica perfeita e sensual e em razão de quem se concentram os fatos mais importantes na história. Pena que o filme não é todo harmônico e coeso, tendo alguns altos e baixos e duas cenas vitais muito mal feitas, uma delas inclusive totalmente ridícula. Mas diante do contexto de mistério e atração, que prossegue até o final, pode-se dizer que o estranho magnetismo do filme, que ainda permanece mesmo após tanto tempo, compensa suas deficiências e ainda traz um bom passatempo e diversão, sendo de certo modo surpreendente que a censura da época não tenha cortado algumas cenas e imagens envolvendo a fascinante Billie. 8,0