A FAVORITA DO REI (JEANNE DU BARRY)
Filme francês de época, produzido recentemente e participante do Festival de Cinema Varilux 2024. A direção é da talentosa atriz, escritora e cineasta francesa Maiwenn (roteirista e diretora do filme Polisse, prêmio do Júri em Cannes 2011), que faz o papel de Jeanne du Barry, amante do rei Luiz XV, vivido pelo veterano e sempre carismático Johnny Depp (embora aqui em atuação sem o usual brilho). Também se destaca no filme o ator Benjamin Lavernhe, ótimo do papel do impassível (quase) La Borde. Talvez o defeito do filme seja o de não aprofundar mais as emoções, que, entretanto, em algumas cenas aparecem (como na cena da vela, por exemplo) e, assim, dão a sensação de que poderiam estar mais presentes ao longo do enredo. Mesmo assim é um bom filme, com conteúdo histórico (inclusive no que se refere à varíola) e capricho na direção de arte, cenários, figurino, fotografia etc. Aliás, não poderia ser diferente, tendo como foco a época um pouco anterior à Revolução Francesa (anos 1760/1770) e principalmente o Palácio de Versalhes, mostrado em toda a sua majestade e suntuosidade. E, no final, o narrador é historicamente preciso quanto ao destino dos personagens, no caso Luiz XV, seu neto Luiz XVI, Maria Antonieta e, finalmente, a própria Jeanne Du Barry. Neste drama com pitadas de romance e sem maiores pretensões (incluindo a exatidão histórica em certos aspectos), convivemos, então, com toda a pompa/pedantismo e ostentação da época e dos integrantes da Corte, inclusive – naturalmente – com as intrigas “de bastidores”. E isso com pesquisa minuciosa dos costumes e rituais da época, fato que também valoriza e recomenda o filme, que, afinal, é uma aprazível diversão. 8,7