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A FAVORITA

Em um belo trabalho de reconstituição de época, iluminação e fotografia, brilha o trio Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz, com os personagens das duas últimas mostrando esforços para ganhar o favoritismo da rainha Ana (interpretada pela primeira), ao mesmo tempo em que a soberana, instável emocionalmente, doente de corpo e com cara de permanente enfastio, exercia o comando absoluto do reino poderoso da Inglaterra do século 18, colocando sob sua autoridade os estrategistas, os sensatos, enfim todos os súditos, cujo dever de obediência era indeclinável, embora oscilando as ordens conforme o humor real e por isso mesmo colocando muitas vezes em risco a ordem vigente e as relações de paz, guerra, conquistas e defesa. O filme lembra um ou outro de época de sucesso, pelo permanente clima de sedução e intriga (muito valorizado pela trilha sonora), mas aqui com interesses pessoais diferentes dos da mera vaidade, em um jogo estratégico cuidadosamente elaborado. Há, porém, não apenas o retrato da opulência da Corte, mas muitas críticas/humor negro e sutilezas, as quais inclusive se revelam pelos próprios ângulos de câmera e as lentes utilizadas sob comando do excelente e geralmente não-convencional diretor grego Yórgos Lánthimos (O lagosta, O sacrifício do cervo sagrado). As três atrizes foram indicadas ao Globo de Ouro, tendo Olívia Colman vencido na categoria de Melhor atriz em Comédia ou Musical. Além disso, o filme também foi indicado nas categorias de Melhor Comédia ou Musical e Melhor Roteiro de Comédia ou Musical. Durante os créditos finais uma surpresa: Skyline Pigeon de Elton John executada com um belíssimo e inusitado arranjo medieval.  8,8