O PREÇO DE UM HOMEM (THE NAKED SPUR)
Este faroeste de 1953 é alvo das mais variadas opiniões e críticas, inclusive sobre o seu final. Há quem o considere um dos grandes faroestes da história, o ápice da carreira do ótimo diretor Anthony Mann e há outros – nos quais eu me enquadro – que o tem apenas como um regular ou bom western, com qualidades, mas também com alguns defeitos. O filme tem linda fotografia, apresentando belíssimas imagens do Colorado, onde a história se passa, logo após o término da Guerra Civil americana. Várias cenas têm como foco um magnífico rio e o enredo é uma espécie de road movie adaptado para o Velho Oeste, envolvendo poucos personagens e muitos momentos psicológicos. Os conflitos emocionais/existenciais acontecem principalmente para o protagonista desempenhado pelo sempre ótimo James Stewart e muitos são provocados pelo bandido calculista, interpretado pelo eficiente ator Robert Ryan. Claro, há também para a extensa cavalgada uma mocinha, interpretada pela então muito jovem Janet Leigh (que no mesmo ano faria Houdini com Tony Curtis e mais tarde seria a protagonista de Psicose de Hitchcock). O filme transcorre morno e quase sem novidades até a metade e depois acentua seus dilemas, redundando em um final que para muitos soa como inverossímil, considerado todo o contexto. De todo modo, as qualidades superam os defeitos e é um dos bons filmes da intensa parceria entre Mann e Stewart, que iniciou com o ótimo Winchester 73, alguns anos antes. A música-tema curiosamente é uma das mais tocadas em faroestes e foi composta por Stephan Foster durante a própria Guerra Civil: Beautiful Dreamer. 8,0