THE ELECTRICAL LIFE OF LOUIS WAIN
Esta é uma pequena joia a ser descoberta, com intenções biográficas, tons de fábula e imagens espetaculares, algumas até parecendo pintura de tão belas esteticamente. Ou seja, a fotografia é deslumbrante, em todo o filme. Mas além da forma, o conteúdo também merece destaque, contando a história de um personagem real, mas absolutamente original em sua mente e em sua capacidade artística: um homem multitalentoso e que teve grande importância histórica em uma questão pouco comum, que é a dos desenhos e ilustrações, utilizando gatos como inspiração de sua vasta e belíssima obra. Um espírito inquieto, totalmente fora do padrão, dotado de imaginação sem limites e que, ao lado disso, possuía valores e virtudes pessoais que excediam os limites do cidadão comum. Um homem simples, de família, um artista, uma mente ágil e criativa, alguém realmente notável. Eis Louis Wain, sendo iluminado e iluminando muitas vidas e parte de uma era. O filme é uma viagem na biografia desse excêntrico artista, indo do final do século 19 até a década de 1930 e um de seus trunfos é a magnífica interpretação do inglês Benedict Cumberbatch, que sempre se mostrou um ótimo ator, em filmes como The imitation game ou em séries como Sherlock, mas aqui demonstra seu grandioso e infindável talento, dando vida a um personagem extremamente difícil, povoado de detalhes e sutilezas. O excelente diretor é o nipo-britânico Will Sharpe e, entre outros, também atuam na obra os ótimos Toby Jones e Claire Fox, sendo narrado de forma especialmente rica pela aclamada Olivia Colman. As imagens são belas, a narrativa é atraente e nos envolve totalmente e são vários os momentos de emoção, sendo fechada a história com uma imagem inesquecível, seguida de gravuras que reafirmam o talento e a importância do artista. Um filme imperdível, de rara sensibilidade. 9,2