NA NOITE DO PASSADO (RANDOM HARVEST)
Este é um dos melhores melodramas ou dramas românticos da década de 40 e um dos grandes sucessos da história da MGM. Foi produzido em 1942 e aborda fatos ocorridos entre 1918 (final da Primeira Guerra) e 1935, passados na Inglaterra. O filme teve 7 indicações no Oscar de 1943: Filme, Diretor (Mervyn LeRoy), Ator (Ronald Colman), Atriz coadjuvante (Susan Peters), Roteiro adaptado, Direção de arte em p&b e Trilha sonora. O roteiro se baseou em obra de James Hilton, publicada em 1941. Ao diretor Mervyn LeRoy são creditadas dezenas de filmes, entre eles A ponte de Waterloo e Quo Vadis. O ator Ronald Colman nasceu em 1891 e atuou na Inglaterra e nos EUA em diversos filmes mudos entre 1917 e 1929, tendo sido indicado ao Oscar algumas vezes e ganho o prêmio (bem como o Globo de Ouro) em 1947 pelo filme A double life (Fatalidade). Green Garson era uma das favoritas da MGM (em outras palavras, de Louis B. Mayer) e atuou em diversos filmes, como Adeus, Mr. Chips, Madame Curie, Julio César, mas ganhou o Oscar de Atriz por seu desempenho em Rosa da esperança (Mrs Miniver) exatamente no mesmo ano deste filme. Na verdade, sem tirar o mérito do roteiro e da direção (e montagem), Colman e Garson apresentam grandes performances e são diretamente responsáveis por tornar este filme apaixonante e envolver tanto o espectador, apresentando uma parte final emocionante e inesquecível e que valem todo o filme. Porque o roteiro tem um fato que beira o absurdo e a partir dele é que se constrói toda a trama, desenrolando-se vários acontecimentos (alguns surpreendentes) e que prendem e deixam ansioso o espectador, que passa a acompanhar a trama em busca das respostas. Principalmente da pergunta: “como ela fará?”. É um roteiro de antigamente (como dizem), com trilha sonora de antigamente e se abstraído o fato fantasioso (o que não é difícil) degustaremos de uma bela história. Pode até demorar um pouco, mas o espectador vai acabar se envolvendo e ficando ansioso pelas emoções que antevê. Talvez algo que soa um pouco fora do contexto é a idade do personagem do ator Ronald Colman, que não se mostra muito adequada ao papel que faz, pelo menos inicialmente. E um lado triste vinculado a este filme é que Susan Peters, que foi indicada ao Oscar de coadjuvante (faz o papel de “sobrinha” de Rainier, com 21 anos na época), teve um destino trágico e três anos após fazer o filme foi vítima de um tiro acidental de rifle, que a deixou paralisada da cintura para baixo e encerrou prematuramente sua carreira no cinema. E em 1952, com apenas 31 anos de idade, faleceu em razão de várias doenças, entre elas a depressão. 8,8