UM LUGAR AO SOL
Elizabeth Taylor e Montgomery Clift, mais a ótima Shelley Winters, dirigidos por George Stevens em uma história de amor, de dor, policial, no ano de 1951. Com 9 indicações para o Oscar de 1952, ganhou em 6 categorias: Melhor diretor, roteiro adaptado, edição, trilha sonora, fotografia em p&b e figurino. Perdeu nas de filme, atriz (Winters) e ator (Clift). Lembrando que o diretor George Stevens é o mesmo de Os brutos também amam e Assim caminha a humanidade. E da presença no filme do ator Raymond Burr, fazendo o papel do detetive Frank Marlowe (esse ator ficaria famoso alguns anos depois pelas séries Perry Mason, de 1957 a 1966 e Têmpera de aço, de 1967 a 1975). Tudo isso forma um conjunto quase irresistível, reconheçamos e o filme fez muito sucesso na época, inclusive com uma Liz Taylor belíssima no frescor de seus 19 anos – e não era seu primeiro filme e já havia feito sucesso juvenil em Lassie. E Clift com sua beleza introspectiva, ao estilo James Dean. Entretanto, vendo o filme hoje me inclino para as críticas minoritárias (que existem e várias), ficando longe das empolgadas, que inclusive acham o filme uma obra-prima. Se foi, está desgastada e não vejo nem metade dos méritos que lhe foram reconhecidas pelos Oscars ganhos. Não discuto a trilha, a fotografia, a edição…nem Shelley Winters, que provavelmente entregou aqui a melhor interpretação de sua carreira. Mas a meu ver o grande problema do filme está no ator Montgomery Clift, que acho ruim e muito aquém da intensidade do que o papel necessitava e pedia. A atuação dele é fraca e carrega com ele parte do filme, pois repousam nele as principais ações e que definiriam a consistência ou não da história. Aquele jeito repetido dele (igual em todos os papéis) e que acho que James Dean imitou não combina com o que deveria ser um jovem interessante e atraente, ainda mais para despertar sentimentos tão intensos e à primeira vista! Com o tempo também, a história deixou de ter qualquer surpresa e a parte final, do tribunal, poderia ter sido mais bem explorada. Em suma, um bom filme, com qualidades, mas nada além disso e jamais será memorável ou andará juntos com os clássicos do cinema, que são aqueles cuja força permanece através dos tempos (Casablanca sendo talvez o maior exemplo). 8,0