A BELEZA OCULTA (COLLATERAL BEAUTY)
Este filme é sobre as perdas e como enfrentá-las… sobre a finitude do ser humano e o que o atemoriza e aterroriza. A trilha sonora e o próprio enfoque evocam o tempo todo – predestinadamente – algo metafísico. Talvez um grande problema do filme resida aí e por esse motivo tenha sido alvo de críticas ferrenhas. Inclusive porque segue velhas e repetidas fórmulas, receitas já consagradas, para atingir o emocional do público. Mas isso tudo não lhe retira a força nem o mérito, pela verdade da mensagem que busca transmitir e dos personagens, que interagem com os sentimentos à flor da pele em busca de um sentido para tudo. O roteiro explora a referida perda, mas no tema que lhe dá o título fornece o alimento de que precisa se nutrir o ser humano para sobreviver: a beleza oculta, a interação com tudo o que existe em volta, a humanidade para obter a compreensão sobre a vida e com ela a paz. Temos, a serviço do roteiro, uma direção sensível (David Frankel, o mesmo de Um divã para dois e Marley e eu) e um elenco de categoria: Will Smith, que hoje é um belo ator, Kate Winslet e Helen Mirren, que dispensam apresentações, bem como Edward Norton e Keira Knighley, esta uma atriz que já se consolidou, havendo também a participação de Naomie Harris e Michael Peña fazendo também importantes personagens, ele com a difícil missão de compartilhar com a família sua dor e seu segredo. Alerta: é um filme triste e por essa razão do qual devemos extrair as mensagens certas e que são aquelas que nos ajudam a viver melhor e a superar obstáculos. Nada além disso. Mas, seja como for, o final guarda uma surpresa e que é, afinal, a chave mestra da obra. E com ele ficam belas, embora difíceis mensagens. Apreendê-las ou não já é outra história….8,5