THIS CLOSENESS

A americana com feições asiáticas e de nome diferente Kit Zauar resolveu manter a carreira de atriz e ao mesmo tempo acumular a de diretora de cinema. Fez poucos filmes, mas este, em que dirige e também atua (e em ambos os casos com evidente talento), merece destaque pela sua originalidade e qualidade cinematográfica. Aparentemente despretensiosa, a história acaba deixando muitos temas de reflexão, embora se passe em um ambiente restrito e com um elenco reduzidíssimo. Basicamente os fatos acontecem dentro de um apartamento e envolvem três pessoas, de convivência praticamente forçada por conta de uma locação de final de semana. Poderia, inclusive, ser apresentado em uma peça teatral. Mas o fato é que o drama se desenvolve de uma forma inesperada e vai adquirindo contornos profundos e importantes, tanto de relacionamentos, intimidades e diferenças, quanto de filosofia de vida, como, por exemplo, a defesa do ponto de vista de que o excessivo apego ao passado (como manter vivos por décadas encontros de formatura) revela imaturidade – ou insatisfação com a vida presente. Mas no que se refere às relações interpessoais, as faíscas ficam iminentes. Um filme estranho e peculiar e que justamente pelo seu ineditismo mantém o espectador cativado e merece uma visita. Em tempo: a última cena é interessantíssima para debates. 8,5