STRANGE DARLING

Muito difícil não pensar em Tarantino ao ver este filme. Como mérito, é claro, principalmente pelo inusitado, pela criatividade, pela perfeição técnica e pelo realismo (inclusive do sangue, portanto um filme violento). Tudo muito bem feito, com capricho e inteligência, fazendo referência ao bom cinema do passado sem perder os encantos atuais do gênero suspense/terror e toques muito interessantes e originais, como o de dividir o filme em capítulos fora de ordem temporal, todos com sugestivo título e uma música de fundo muito divertida (aliás, a trilha sonora é impagável). E ver na tela grande talvez seja um conselho a ser considerado. Filmado em 35mm (portanto apresentando algo que foge do padrão e com belíssimo visual), é algo extremamente diferente e com atuações fabulosas dos dois protagonistas (Willa Fitzgerald e Kyle Gallner). Não é um cinema para todos os gostos, mas os que apreciam o estilo e obras alternativas, a diversão é garantida e de alto nível, com uma hábil e maravilhosa mistura de gêneros e possibilidade de reflexão sobre vários temas, assim como é magistral a direção de J.T. Mollner e além disso a merecer destaque um fator essencial: a total imprevisibilidade dos acontecimentos, o que levará o espectador por caminhos inesperados e emoções diversas e intensas. E de tudo se tira a certeza de que se trata de um thriller fascinante, empolgante (que nos deixa grudados na cadeira o tempo todo), de que nunca houve um filme de serial killer como este e de que dentro do gênero poderia perfeitamente receber a nota máxima. 9,3