O PROTETOR 3 (THE EQUALIZER 3)
Heróis solitários, vingadores, misteriosos, que realizam o nosso sentimento íntimo e ancestral de justiça, sempre fizeram muito sucesso no cinema: é o bem vencendo o mal, fantasia que sempre fez bem à alma. Quanto maior for o mal a ser reparado, mais saborosa a vingança e mais enaltecido o vingador anônimo, sendo ótimos exemplos dos velhos tempos os filmes em que Charles Bronson perseguia assassinos inescrupulosos e covardes que haviam feito mal à sua família. Acontece que esse tipo de tema virou lugar comum e dezenas de filmes já foram feitos, tornando a história batida. Aliás, escrito no papel, o enredo provavelmente vai render uma grande diversidade de enlatados, repletos de ação, violência, sangue, mas despidos de um significado maior. Não é o que acontece aqui, porém. Uma história com similaridades ao que foi comentado acima, que, apenas lido o roteiro, não vai redundar em nada diferente do trivial, aqui todavia assume feições diversificadas e especiais: o modo de contar a história neste filme o transforma em uma grande, inteligente e sensível diversão. O conteúdo é comum a vários filmes, mas a forma é diferenciada. Um andamento lento, compassado, mais intimista, que propicia a reflexão e que desenvolve bem alguns personagens fundamentais (como o muito bem delineado pela atriz Dakota Fanning) e sabe valorizar as locações (o filme se passa em lugares belíssimos do sul da Itália); elenco completamente harmônico e que deve ter contado com muitos habitantes locais; uma direção extremamente competente e dotada de especial sensibilidade e, por fim, porém não menos importante: o talento e o carisma de um grande ator chamado Denzel Washington. Eficiente em evocar em nós o tipo de sentimento referido ao início, em seu final também nos deixa repleto o coração. Filmaço. 9,2