MEDO PROFUNDO (47 METERS DOWN)
Este é um filme do gênero suspense-aventura, enquadrado na categoria de filmes “B” (baixo custo), mas que apresenta o que promete: muito suspense e tensão, um bom desenvolvimento e, afinal, um desfecho interessante (felizmente). De conhecido no elenco apenas Matthew Modine, um ator razoavelmente famoso, mas que não se tornou elite. Os fatos são mais ou menos previsíveis, mas a história vai se desenrolando sem forçar muito e apresenta ótimas descargas de adrenalina em razão da angústia vivida pelas personagens (e que o cartaz do filme explicita), duas irmãs em passeio pelo México e que resolvem fazer um programa mais radical, o que torna a visão prazerosa. Há cenas realmente claustrofóbicas e até meio desesperadoras para o espectador e o fato é que o filme põe à prova em vários momentos a verossimilhança dos fatos, por envolverem o tema do mergulho e seus aspectos técnicos, principalmente vinculados aos detalhes do mergulho e dos efeitos da subida e da descida lenta ou rápida, sobre o mergulhador e seu organismo. Na verdade, o nitrogênio corresponde a quase 80% do ar e quando a pressão é grande acaba se acumulando nos tecidos e no sangue. Por esse motivo, se a subida a partir de uma grande profundidade for rápida demais, poderão se formar bolhas na corrente sanguínea ou nos tecidos, que poderão acarretar sérias lesões ou até a morte. Então, as “paradas de descompressão” são necessárias, geralmente a cada 10m de subida. De outro lado, o mesmo nitrogênio mencionado pode causar a chamada “narcose”, que é uma espécie de “embriaguez” que o mergulhador sofre e que por ela pode ficar totalmente desorientado (quanto maior a profundidade e pressão, maior a narcose). Esses fatos são importantes para a perfeita compreensão do enredo. A produção é tríplice: americana, do Reino Unido e da República Dominicana e o filme já rendeu nas bilheterias mais de 50 milhões de dólares, ou seja, mais de 5 vezes de seu orçamento. Uma boa diversão. 7,8