MATCH POINT (PONTO FINAL – MATCH POINT)
Sem dúvidas, este filme está entre os melhores de Woody Allen. Naturalmente, uma fotografia esplêndida e um roteiro (e ritmo) perfeito, o qual foi indicado ao Oscar inclusive. Uma história interessante, com desdobramentos coerentes com a temática, a qual sempre constituiu uma obsessão do diretor: o sentido da vida e o papel e o destino do homem, à deriva frente à existência, já no texto inicial ficando claro que realmente é doloroso para as pessoas terem que admitir que a vida se resume apenas em sorte ou azar. E para tornar eloquente o argumento, vemos a câmera mostrar uma bolinha de tênis batendo na rede e sendo paralisada no ar, exatamente sobre o meio da rede, sem definição sobre se vai cair para um lado ou para o outro. Questão meramente de acaso, segundo Woody, pois a bolinha tanto pode cair do lado do adversário, como retornar para o próprio campo do jogador que a arremessou por último… não há objetivo, não há projeto, somente o acaso vai decidir…No final do filme, uma cena absolutamente genial complementará com rara felicidade esse início belo e insólito…A trilha sonora reforça a originalidade do filme, pois composta de músicas de ópera, que vão dando cores ao drama crescente, já que à medida em que a complexidade das situações vai aumentando, também aumentam e se modificam as emoções e até a mentira tem que ser mais sofisticada… Scarlett Johansson está sensual e perfeita em seu papel (tanto na calmaria, quanto na tempestade…), assim como Jonathan Rhys Meyers (ator do The Tudors, que lembra um pouco Joaquin Phoenix) faz muito bem o ambicioso e enigmático professor de tênis…definido por um ex-colega tenista como “frio sob pressão, mas criativo”. O filme foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro, a 4 Globos de Ouro, entre outras indicações e recebeu alguns prêmios em outros festivais internacionais (2005 e principalmente 2006). 8,8