LANSKY
Um ótimo drama sobre a Máfia (antigamente se dizia “um filmaço”), na verdade sobre o gangster que dá nome ao filme e que foi um dos mais famosos chefões do crime organizado. E o roteiro, muito bem desenvolvido e costurado, é inclusive baseado em fatos reais. A história percorre boa parte do século 20, focando no personagem do judeu Meyer Lansky já velho e com flashbacks de seus tempos de jovem, o que permite uma abordagem ampla sobre o mundo do crime (e do FBI) ao longo do tempo, inclusive envolvendo nomes famosos como Lucky Luciano, Bugsy (apelido de Ben Siegel), Al Capone, entre outros. Além de um roteiro ótimo, o filme conta com excelentes atuações de todo o elenco, com destaque para o protagonista, um ator magnífico (verdadeiro camaleão pela diversidade de personagens de interpreta) e que ainda não recebeu de Hollywood o reconhecimento que merece a grandeza do seu talento: Harvey Keitel, que como sempre dá um banho de interpretação, compondo um personagem com ampla profundidade e todas as nuances necessárias. Mas também merecem destaque Sam Worthington e David Cade (Ben Siegel), cujos personagens participam de cenas e temas de grande importância no enredo. O diretor é Eytan Rockway e o filme é todo muito bem construído, incluindo edição, fotografia e trilha. Um trabalho de qualidade, em suma, em todos os sentidos, com um texto bastante rico filosoficamente e em conexões sócio-políticas-históricas – inclusive surpreendentes, vide penúltima cena. 9,0