INTEMPÉRIE (OUT IN THE OPEN)
Um filme que poderia ser absolutamente banal, porque conta uma história já repisada sob diversas formas e sem muitas alternâncias ou criatividade. Contudo, existem fatores que o tornam acima da média, além de uma diversão muito agradável, embora também não raro tensa (inclusive com alguns momentos bastante fortes/realistas): primeiro, é uma produção do ótimo cinema espanhol; segundo, o roteiro tornou a história extremamente interessante e repleta de nuances (a relação interpessoal, que é o principal encanto do filme (o homem é uma ilha???), é enriquecida com exemplos de bem viver, de respeito, generosidade, ética); terceiro, a direção é ótima e segura de Benito Zambrano; quarto, o elenco é harmônico, destacando-se o menino interpretado muitíssimo bem por Jaime López, o capataz pelo ótimo -e odioso- Luis Callejo e o Mouro/Pastor pelo sempre excelente e carismático Luis Tosar; quinto, a ação se passa em 1946, sete anos depois da Guerra Civil Espanhol e no sul da Espanha (em uma remota e desértica região da Andaluzia), o que torna o ambiente e o contexto geral bastante interessantes para as ações; e quinto, de quebra, tem a melhor canção original, segundo a premiação no Goya 2020 (Oscar do cinema espanhol), que é cantada e tocada integralmente durante os créditos finais. O filme também ganhou o Goya na categoria de roteiro adaptado (da obra de Jesús Carrasco). 8,5