EUPHORIA

Talvez todos precisássemos exorcizar nossos demônios com mais frequência. Há os que não querem, há também os que não tentam e os que não conseguem. Quem estiver procurando um drama leve ou uma comédia, fuja deste filme. Mas assisti-lo será uma oportunidade de enfrentar fatos dos quais procuramos manter distância segura e que dizem respeito ao tempo final de nossas vidas. Se não é um filme fascinante ou perfeito, no mínimo tem instantes contemplativos (a trilha sonora ajuda), de grande significado e propicia alguma reflexão e importantes lições. Como, por exemplo, a que se extrai da fala do personagem interpretado pelo carismático ator Charles Dance (Tywin Lanister em Game of Thrones): “as pessoas tendem a pensar que há algum tipo de significado. Algo que elas devem ser capazes de entender antes de morrer. Não há nada para entender. Você apenas morre. Elas se recusam a aceitar que suas vidas são completamente sem sentido. Por que uma vida de repente se tornaria importante apenas porque você está prestes a morrer?…No final, somos todos patéticos”. A palavra “euforia” tem origem no Grego “euphoria“, que significa “capacidade de aguentar facilmente” e segundo consta da internet o termo foi usado pioneiramente no século 19, para definir o contentamento dos viciados em morfina. Um drama forte, pungente – a eutanásia às vezes é mais chocante do que se imagina -, intensificado pelas excelentes atrizes Alícia Vikander, Eva Green e Charlotte Rampling e dirigido/roteirizado pela cineasta sueca Lisa Longseth, em seu primeiro filme em língua inglesa.  7,8