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CLUBE DA LUTA

Este é um filme que não é nada do que aparenta ou sugere seu título. Só parece ser um drama simples e ter como título algo que remete a um fato previsível banal. Na verdade, este filme de 1999, dirigido por David Fincher – que recentemente dirigiu Mank e antes O curioso caso de Benjamin Button, A rede social, Garota exemplar e Seven, entre outros – e baseado no livro de Chuck Palahniuk, é algo bastante anárquico, subversivo até. E quando lançado, o filme foi criticado por tais motivos e também pelo seu conteúdo violento, fracassando nas bilheterias. Foi só após o seu lançamento em DVD, que passou a ser visto de uma forma diferente e especialmente analisado sob um enfoque mais amplo e com atenção para a riqueza de seu conteúdo: foi a partir daí que bateu recorde de vendas, tornou-se um filme cult (da mesma forma o seu diretor) e passou a ser considerado por alguns como uma autêntica joia rara do cinema, sendo cultivado pelos fãs e que a cada ano se multiplicam, sobrevindo inclusive novas análises e diferentes interpretações de seus significados. Trata-se, de fato, de um texto provocador e inquietante, muitíssimo bem conduzido e interpretado, além de ter uma trilha sonora admirável. Seu conteúdo é muito bem amarrado e a cada passo o espectador vai sendo submetido a choques e surpresas. “Abaixo a sociedade de consumo”! A frase é antiga, mas esta  roupagem é original e na verdade e em síntese, o filme pode ser definido como sendo a prática da anarquia como única forma de transformação social. O filme começa por uma cena de sua parte final e a partir daí iremos apreciar os fatos, voltando no tempo e até chegarem àquela situação e, curiosamente, não aparece no filme o nome do protagonista interpretado pelo ótimo Edward Norton. O outro protagonista é Brad Pitt, também com ótima atuação, aliás ele se dá bem em filmes não convencionais (como Os 12 macacos, por exemplo). Também participa do filme com destaque Helena Bonham Carter e de conhecido temos ainda Jared Leto. Não é um filme de fácil digestão, mas certamente é inteligente e bastante provocativo, merecendo ser apreciado com atenção.  8,7