CAPITÃO FANTÁSTICO
Pelo cartaz deste filme diferente/original já se percebe que apesar do nome, não se trata de um super-herói no sentido mais usual do termo. Mas de um líder, para os filhos, em uma opção de educação totalmente fora dos padrões vigentes, onde predomina a liberdade, inclusive de pensar, mas programada com uma preparação cultural e física espartanas: em suma, a escola em casa e com ideais elevados, inclusive ao criticar o capitalismo, as religiões, o modo de vida em que a tecnologia se sobrepõe aos seres humanos…a busca de um novo sentido, de um novo mundo…E nesse ponto o filme se torna polêmico e também por isso tem feito muito sucesso em festivais diversos, embora liberdade x sociedade não seja um tema novo. Apresentando de conhecidos os atores Frank Langella e Viggo Mortensen, este último é o protagonista e quem tem um desempenho realmente marcante. Mas todo o elenco é bom e os personagens interessantes, sendo a união da família um ponto bastante forte, que faz parecer que a fortaleza não tem rachaduras. Mas tem e até por esse ângulo é que aparecem alguns pontos falhos e que devem ser abstraídos pelo espectador para que a qualidade não se perca muito: como, por exemplo, a dose de irrealidade, tanto pelo conhecimento inverossímil das crianças, como pelo seu preparo físico; a dependência que acaba ocorrendo pelas meras necessidades cotidianas, gerando uma cena de supermercado que cria um conflito sério com a moralidade da educação e com os próprios ideais de liberdade. E assim por diante…Mas o filme tem muito mais qualidades do que defeitos, despontando a ótima direção, edição, bela fotografia, direção de arte, trilha sonora e nesse particular destaca-se o momento muito bonito da canção Sweet Child O´Mine (Guns N´Roses). 8,6