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AO CAIR DO SOL (SUNDOWN)

Este é um drama, escrito e dirigido pelo mexicano Michel Franco, passado na cidade de Acapulco e que só pode ser enquadrado na categoria dos filmes “de arte”. Porque é totalmente anticonvencional, meio surreal até. Na verdade, é um filme estranho, lento e sua estranheza repousa basicamente no comportamento do personagem muito bem interpretado pelo ator Tim Roth (A lenda do pianista do mar, Grande hotel, a série de TV Lie to me). Desde o início do filme pensamos “que sujeito esquisito, por que será que ele age assim, com essa apatia?”. E esse pensamento, por mais incrível que pareça, não vai nos abandonar a não ser faltando 10min para o final do filme, quando aparece, por fim, uma explicação plausível. Por isso não é difícil repelir o filme e até abandoná-lo repentinamente. Alguns provavelmente o farão. A atriz, digamos, “principal”, a exemplo de Roth,  também é famosa e conhecida: Charlotte Gainsbourg (Ninfomania, Anticristo), que geralmente atua em produções não- convencionais. É um filme para momentos e gostos especiais, porque aqui domina a monotonia. Alguns o definiram inclusive como um filme com “tensão enervante”, que provavelmente será rejeitado pela maioria dos espectadores, muito embora possa haver quem o aprecie, justamente pela curiosidade que desperta e que se mantém acesa ao longo de toda a história (esse é o desafio), com o “mistério existencial” a ser decifrado. Seja como for, o seu desfecho não deixa de ser bastante interessante e lírico. 7,8