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ALERTA VERMELHO (RED NOTICE)

Este é um filme Netflix para toda a família e altamente recomendável, porque é leve, descontraído sem perder a criatividade, ou seja, diversão certa. Apesar do milionário orçamento (mais de150 milhões de dólares), é um filme de ação e aventura para consumo instantâneo, daqueles feitos para relaxar e divertir sem compromisso. Porém de uma forma inteligente e executada com maestria pelo diretor Rawson Marshall Thurber, que também é ator, produtor e roteirista e com boa experiência em filmes de ação, conseguindo aqui uma rara combinação de ritmo e sintonia de todos os elementos, sem a perda do interesse em nenhum momento. Mas ponto vital do filme é o elenco, que interage com uma química perfeita, inclusive com os especiais efeitos: Ryan Reynolds (o Deadpool), Dwayne Johnson (de Jumanji, não confundir com Vin Diesel) e a bela Gal Gadot (a Mulher Maravilha). A harmonia de todos os elementos faz com que o filme flua, com um ritmo perfeito e propiciando muita diversão com a mistura de ação, aventura e humor, principalmente com as tiradas irresistíveis do personagem de Reynolds. O título original (Red Notice) se refere ao nível mais elevado de alerta feito pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) em relação a ações criminosas e assim começa todo o enredo, que envolve, segundo consta, o primeiro e o segundo lugar no ranking dos maiores ladrões de todo o mundo. O senso humorístico é permanente e eficiente e o roteiro é praticamente uma paródia dos filmes de James Bond, inclusive lembrando em vários trechos os temas musicais das aventuras de 007 e havendo também a preocupação de a ação se passar em vários lugares do mundo, com algumas doses de requinte e emoção. É um retorno ao cinema “fanfarrão”, como bem definiu o diretor, produção sem o compromisso da plausibilidade e feita apenas para entreter. Pena que os gringos não aprenderam ainda a geografia da América do Sul, pois ao mostrar a Argentina no mapa, o filme aponta para um local dentro do Brasil. Mas, como dizem, dentro do contexto todo, é apenas um detalhe (embora para a indignação de nós, brasileiros, porque não haveria motivo de tal erro ser proposital dentro da história). Esse pequeno lapso à parte, o resultado obtido ao final é altamente positivo e, diga-se, não é tão fácil assim de se alcançar, com tal harmonia e ritmo, havendo dezenas de exemplos de filmes do gênero que fracassaram. E a saudável irreverência aqui não tem limites, havendo também um trecho do filme que lembra vagamente as proezas de Indiana Jones e para que isso fique bem claro o personagem de Reynolds assobia um trecho do tema que consagrou a série protagonizada por Harrison Ford. A liberdade criativa é tal, que a ação invade até as touradas e cenas depois aparece, em meio a um contexto de suspense, o desempenho de um famoso cantor da atualidade (aliás, interpretando uma de suas mais belas músicas). Para não gostar deste filme tem que se estar mal humorado ou de mal com a vida no dia ou não se gostar do gênero ou do elenco ou, quem sabe, da Netflix. Porque é um entretenimento caprichado, insolente, interessante (por algumas surpresas) e envolvente, sob certo aspecto inclusive muito melhor do que o próprio filme de James Bond recentemente lançado. Cinema não necessita ser sempre sério e/ou filosófico para ser ótimo! 9,0