AEROPORTO

Este filme, baseado em fatos reais, é de 1970 e em razão do seu sucesso teve várias continuações: Aeroporto 75, Aeroporto 77 e Aeroporto 80 (O concorde, feito em 1979). É considerado o filme que inaugurou o gênero “filme-catástrofe” (ou “cinema-catástrofe”), vindo depois dele O destino do Poseidon, O Inferno na torre e vários outros. Aqui vemos os dramas rotineiros de um grande aeroporto, no caso do Aeroporto Lincoln, próximo a Chicago (fictício), com a abordagem de diversos assuntos que ainda hoje são discutidos, como a jornada fatigante dos controladores de voo, a necessidade do aumento dos terminais e de outras estruturas, inclusive humanas, o impacto sonoro dos aviões na vizinhança do aeroporto etc. Há obviamente dramas específicos com maior destaque, contemplando relacionamentos clandestinos, como os do diretor geral do aeroporto com sua secretária e de um piloto com uma das aeromoças, mas as questões mais urgentes ocorrem a partir de um bloqueio parcial de uma pista por um avião que manobrava para estacionar (com clima de nevasca), ficando, porém, preso no meio da manobra pelo acúmulo de neve…e de um voo específico, onde o centro nevrálgico da ação vai ocorrer, com uma miscelânea de pessoas dentro do avião, incluindo uma passageira clandestina/penetra e um homem com uma maleta especialmente suspeita. O drama vai se acentuar e o suspense tomar conta do roteiro e contagiar os espectadores: apesar de superados os efeitos especiais hoje em dia e de o suspense não alcançar os níveis que poderia mesmo naquela época, o filme foi muito bem feito e atingiu seus objetivos de entreter, informar e causar bastante tensão. Apesar de indicado para 10 categorias do Oscar (incluindo a de Melhor filme e sendo 2 atrizes para a de Melhor atriz coadjuvante: Helen Hayes – a velhinha e Maureen Stapleton – a senhora Guerrero), só ganhou justamente na de Atriz coadjuvante, premiando Helen Hayes. Entretanto, Maureen Stapleton ganhou, nessa mesma categoria,  o Globo de Ouro e o Bafta (o Oscar inglês). Trabalharam no filme também Burt Lancaster (o maior sucesso comercial de sua carreira, iniciada na década de 40 e que iria se prolongar por ainda muito tempo), Jacqueline Bisset (então com 26 anos e uma linda novata), Dean Martin, Jean Seberg, George Kennedy, Van Reflin, Barry Nelson e Lloyd Nolan. O diretor foi George Seaton. Curiosamente, os aviões que aparecem nas filmagens são todos 707 (primeira ordem naquela época) e o que foi usado como principal foi mais tarde adquirido pela Transbrasil para transportar carga e se envolveu em um grave acidente perto do aeroporto de Guarulhos em 1989, no qual morreram os 3 tripulantes e mais 22 pessoas em terra. A trilha sonora é do conhecidíssimo -9 Oscars- Alfred Newman (Suplício de uma saudade, A canção de Bernadette, A malvada, O pecado mora ao lado etc etc), que ganhou o Grammy pela música deste filme.  8,7