A QUEDA DO IMPÉRIO AMERICANO (LA CHUTE DE L’EMPIRE AMÉRICAIN)
Não confundir este filme de 2018 com O declínio do império americano, realizado pelo mesmo Denys Arcand em 1986 (e que teve como continuação As invasões bárbaras, de 2003). Embora haja pontos em comum (como os ótimos Rémy Girard e Pierre Curzi e a produção canadense), trata-se de filmes bem diferentes. Este não teve tantos elogios da crítica quanto O declínio, mas também é muito bom. É um filme envolvente que mistura vários temas em um roteiro muito bem elaborado, mantendo o espectador cativo até o seu final, que não ocorre exatamente no momento e do modo que se espera, nesse sentido também não sendo uma obra convencional. O filme tem tons de comédia, um quê de leveza, de romance, de aventura e ação, ótimo ritmo e destila política e crítica social (mostrando a indiferença da elite, os percalços do capitalismo e os buracos sociais etc), denuncia manobras de fraudes e evasões fiscais, derivando igualmente para questões humanitárias, de solidariedade e de empatia, o seu final, contudo, parecendo deixar claro o seu maior propósito. É uma mistura inteligente e bem dosada de filme policial e de suspense com ironia crítica (inclusive ao mundo todo) e que demonstra a competência de seu roteirista e diretor, autor de grandes obras do cinema, como as citadas e também Amor e restos humanos, A era da inocência, Léolo, O reino da beleza. Também estrelam o filme Alexandre Landry, Louis Morissette, Maxim Roy e em papel de inesperado destaque Maripier Morin, que também é empresária e apresentadora na TV quebequense. 8,8