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AS INVASÕES BÁRBARAS

Esse filme, canadense, “Les invasions barbares”, pode-se dizer, é a continuação de DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO, embora possa ser visto com independência do anterior, de 15 anos antes. A despeito de se passarem tantos anos entre um filme e outro, basicamente são os mesmos personagens, só que aqui em outro contexto: assim, o ideal é se assistir ao DECLÍNIO (para se conhecer os personagens em sua origem) e em seguida saborear INVASÕES.  Comparando os dois, acho que DECLÍNIO é muito bom, mas INVASÕES BÁRBARAS é maravilhoso. Um hino à amizade que acaba soando muito mais forte do que as conotações sócio-políticas a que alude o título (morre o amor, a civilização ocidental, ficam os bárbaros americanos, as drogas, a desilusão, o poder do dinheiro…), . Os amigos continuam intelectuais, mas as inquietações que aqui predominam a meu ver são bem terrenas. Oscar de melhor filme estrangeiro em 2004 e Palma de Ouro em Cannes em 2003, dirigido por Denys Arcand. E quando ao fundo, no momento final, ecoa a voz de Françoise Hardy (citada pelo personagem principal como uma de suas deusas) cantando a música “A amizade”, é difícil ficar impassível.  9,5