A LISTA DE SCHINDLER

Este é um dos grandes filmes do cinema, de todos os tempos. Um clássico de 1993 e que talvez represente a história definitiva sobre o holocausto. Concorreu simplesmente a 12 Oscars e ganhou com muita justiça 7 deles: Melhor filme, diretor, roteiro adaptado, montagem, direção de arte, fotografia e trilha sonora. Filmado em requintado preto e branco, apresenta cores apenas em quatro momentos: na surpreendente e tocante cena final, na chama de duas velas e em dois momentos distintos em que uma menininha aparece com um vestido avermelhado. O segundo momento em que aparece a menina (sem spoiler) tem, além de seu impacto, grande significado nas atitudes de Schindler a partir de então e por outro lado reflete um fato da vida real, relatado ao diretor Steven Spielberg por um dos sobreviventes do holocausto. Schindler, por sinal, é magnificamente interpretado por Lian Neeson, embora não fiquem atrás os maravilhosos Ben Kingsley e Ralph Fiennes, este último talvez no papel mais desafiador de sua carreira. Naturalmente Spielberg, pela vinculação emocional que tem com os fatos, buscou realizar uma obra “completa”, inclusive nas cabíveis homenagens. Conseguiu, com maestria, seu objetivo, o que provavelmente não teria feito sem a longa duração do filme, a qual, entretanto, acaba passando despercebida em razão da dimensão e qualidade da obra. Vemos com revolta e perplexidade esse abominável período da história, que nos impõe, a par dos lamentos e da tristeza, verdadeiros momentos de puro terror (e ódio), diante da crueldade inimaginável e quase inacreditável dos nazistas contra todo um povo. Há cenas realmente memoráveis (e dolorosas), como, por exemplo, as que precedem e sucedem a dos caminhões transportando as crianças, a da chaminé e da chuva de “fuligem”, as da menina de rosa, a do discurso de Schindler aos seus “operários” e a que se passa quase no final, quando somos surpreendidos com a eloquente frase “não fiz o bastante”. Imperecível pela mensagem humanitária e universal, fabuloso também pelas grandiosas imagens, um filme poderoso em todos os sentidos. 10,0