A CRIADA (THE HANDMAIDEN – 2016)

Este é um filme sul-coreano bastante premiado, inclusive vencedor do Oscar britânico, o BAFTA. E é uma obra surpreendente, porque consegue conciliar com qualidade e originalidade o seu lado erótico – bastante forte – com o dramático, que inclui algum suspense psicológico. Nesse ponto cabe advertir primeiramente que é um filme exclusivamente para adultos, não apenas em razão de seus temas e linguagem, mas como decorrência de inúmeras cenas – algumas longas – de “alta voltagem”: entretanto, além de não serem explícitas, foram filmadas com muita elegância visual e requinte, percebendo-se até algum recato. Mas em segundo lugar, é importante enaltecer a qualidade do roteiro, da direção de Park Chan-Wook (Old boy) e de todo o elenco, principalmente Kim Tae-ri, Kim Min-hee, Ha Jung-woo e Cho Jin-woong. É um filme maduro, equilibrado, cuja história se passa na década de 30 – quando a Coreia estava sob o domínio do Japão – e traz situações imprevisíveis, inquietantes, mas outras perturbadoras pelo bizarro e pelo proibido, deixando o espectador muitas vezes chocado ou atônito, mas de todo modo “hipnotizado” o tempo todo. Habilmente o filme é dividido em três partes e percebe-se o esmero e o talento do diretor e da produção em cada cena (os propósitos artísticos): por exemplo, em determinado ponto de fusão de narrativas, algumas situações são reprisadas, porém sob perspectivas e ângulos diversos dos já apresentados. A trilha sonora é outro importante destaque e que também contribui para que algumas surpresas tenham mais impacto. É um filme diferente e que já arrecadou em todo o mundo mais de 40 milhões de dólares, a despeito de abordar temas que – dizem – ainda soam meio insólitos para o público da Coreia do Sul. 9,3