OS SAFADOS (DIRTY ROTTEN SCOUNDREL)

Esta comédia de 1988, com uma direção segura e interpretações maravilhosas de uma dupla de peso, Michael Caine e Steve Martin, é uma das melhores do cinema. Porque além da química dos dois atores, aqui absolutamente afinados (em seu talento e “duelo” travado), o restante do elenco está muito bem, o timming todo é perfeito e o roteiro é muito bem construído, desenvolvido e não deixa ninguém indiferente: quase impossível não rir ou mesmo dar algumas gargalhadas com as situações cômicas criadas. Pode não se achar graça de algum pastelão propiciado por Martin, mas certamente riremos de outras graças que ele faz e de alguns trechos do texto muito perspicaz, bem-humorado e inteligente, que realmente faz a diferença. Contar muito será diminuir um pouco o prazer de se assistir a um filme absolutamente sem arestas para serem aparadas: tudo funciona muito bem e a parte final é simplesmente sensacional, em mais de uma cena inclusive. O diretor – que tem grande mérito pela qualidade e ao mesmo tempo leveza do filme – é Frank Oz, que deu ao cinema, entre vários outros, os ótimos “A pequena loja dos horrores” (1986), “Morte no funeral” e “Será que ele é”. O título original deste filme significa algo como “desprezíveis velhacos/patifes”, o que, em outras palavras, o torna também – por rara e feliz exceção – perfeitamente adequado. Comédia leve e engraçada, de primeira linha. 9,1