BRILHO ETERNO DE UMA MENTE SEM LEMBRANÇAS (ORIGINAL EDITADO)
Primeiramente repriso a resenha que fiz deste filme há 13 anos (2012), sabendo que foi lançado em 2004: “Um filme misterioso/atraente, começando com Jim Carrey fazendo um papel totalmente diferente do que estamos acostumados a ver e com Kate Winslet também fazendo uma personagem meio exótica, embora apaixonante e bela (como sempre). Vamos vendo com curiosidade os fatos acontecendo e achei a dupla de protagonistas (ambos) extremamente inspirada, o filme original e inteligente e a mensagem bela e passada com rara sensibilidade. Filme de 2004, com roteiro de Charlie Kaufman (Quero ser John Malkovich), também estrelado por Kirsten Dunst, Mark Ruffalo. Elijah Hood e Tom Wilkinson. Uma frase em meio a um roteiro com muitos detalhes ricos, quando um personagem diz ao outro, observando os casais que comem sem se falar (fato que observo com algum tristeza em restaurantes): “Os mortos que jantam”… 8,5”. Assino embaixo de tudo o que está escrito acima e acrescento o seguinte: o diretor deste filme foi Michel Gondry, que já dirigiu outros filmes roteirizados por Kaufman, que, aliás, tem preferências por textos bastante aprofundadores de questões sobre a mente humana, existencialistas etc (basta citar além do já referido, “Adaptação”, “Confissões de uma mente perigosa” e “A natureza quase humana”, por exemplo), razão pela qual embora o coração entenda perfeitamente tudo o que acontece e é visto nesta história, por muitas vezes os fatos soam como confusos ou prolixos ao espírito, a mente vacila e não compreende perfeitamente o intuito do roteiro. Parece até haver problemas no desenvolvimento ou na edição. Por sinal, o ótimo título do filme é parte de um texto literário declamado por um personagem, mas mesmo assim se trata de um texto que necessita de “mergulho cultural” para ser totalmente clarificado. Mas não há dúvidas de que a ideia do enredo é excelente, original, instigante e que mesmo contado com fragmentos que às vezes parecem enigmáticos, o filme é atraente, revela-se esplendoroso dentro de seus propósitos, cumprindo certamente o seu objetivo com o coração e com os sentimentos, que escoam com fluidez, graças principalmente ao desempenho do par central. Um filme completamente inovador, repleto de inteligência e emoção e só por isso já vale a diversão, embora talvez não para todo tipo de público. 8,9