BATMAN (THE BATMAN)

Esta é uma monumental obra, com três horas de duração, cinematograficamente falando um espetáculo que consegue transpor para o cinema toda a atmosfera dark e sinistra dos gibis do Homem-morcego (o que será um deleite para os fãs), porém é um filme que somente vai agradar um público específico. Porque a despeito de seus efeitos especiais, som primoroso (e assustador), trilha sonora que impregna de tensão o espectador na maior parte do tempo, suas qualidades artísticas, enfim – o que inclui a performance do elenco – é um filme extremamente difícil para o espectador que gosta de histórias mais convencionais ou mesmo de imagens mais palpáveis: simplesmente porque são três horas de um filme escuro, em que predomina o mal, a violência, o submundo do crime, leia-se, de Gothan City. Não há uma cena clara e realmente são 180 minutos de escuridão tensa e violenta e isso constitui um desafio para qualquer um. O diretor Matt Reeves consegue de fato construir um universo fiel ao que de mais “negro” existe na história desse misterioso defensor da justiça, pincelando com tons sombrios todo um enredo repleto de ação e de emoção. Mas o que essas sombras trazem e que se acentua com a longa duração do filme realmente não é para qualquer pessoa admirar, ainda mais quando comparada esta obra com “Coringa”, por exemplo, que foi um filme magnífico, mas com imagens totalmente decifráveis. Feitas tais considerações e confirmando a bela atuação de Robert Pattinson (Crepúsculo, O farol, Tenet), além de Paul Dano, John Turturro, Colin Farrel (irreconhecível como O Coringa) e grande elenco, é cinema para um grupo seleto de admiradores, daquele que se pode dizer que como obra artística tem muito valor, mas que para se adorar aí “o assunto já é outro”. 7,8