ÀS COISAS QUE NOS FAZEM FELIZES (GLI ANNI PIU BELLI)

Os italianos têm um dom natural para fazer filmes desse tipo (romântico-dramático-nostálgico), conseguindo na maior parte das vezes misturar os ingredientes de um modo adequado e que produz ótimos efeitos emocionais, trazendo as espectador lembranças e emoções e propiciando ainda uma boa reflexão sobre o presente. Assim como foram, os italianos, mestres incontestáveis do faroeste spaghetti e da música romântica dos anos 60/70. O filme pode ser resumido naquilo em que muitos outros retratam também: a busca da felicidade, ponto comum de todos os seres humanos. E para isso também celebra a amizade e a própria vida, ao mostrar o início jovem do relacionamento de amigos e acompanhar os fatos ao longo de suas vidas, os entrelaçamentos, os desencontros, desencantos, as tristezas, as alegrias, os relacionamentos principalmente, com a vida, com a família etc. Os amigos de meninice e juventude, como é óbvio acontecer, nem sempre vão colher da vida as flores e a facilidade que todos esperavam (ou sequer cogitavam), mas o passar do tempo e o desenrolar dos acontecimentos vão trazer valores preciosos e sendo mostrados de um modo às vezes melodramático, outras vezes melancólico, mas com intensidade, trazendo também muitos instantes marcantes e alguns de grande beleza, como o da cena na Fontana Di Trevi, o da cena do passarinho na Ópera. O título do filme em português tem praticamente o mesmo significado que o original, mas é importante por representar o brinde que os amigos fazem, à vida e à amizade. No elenco, alguns rostos conhecidos, com destaque para Pierfrancesco Favino. E tudo desaguará em uma bela cena, que pode até render mais de uma interpretação, mas que nos possibilitará pensar com profundidade, sobre ser de fato relativa a felicidade e, afinal, não estar em outro lugar senão exatamente onde nós a colocamos.  8,4