VIDAS AMARGAS (EAST OF EDEN)

Com um diretor como o ótimo Elia Kazan (A luz é para todos, Sindicato de ladrões, Uma rua chamada pecado, Clamor do sexo…), com o novato e que virou mito com apenas três filmes James Dean e baseado sendo baseado em livro de John Steinbeck, o filme deveria ser muito melhor. Não que seja ruim, mas é meio deprimente, a interpretação de James Dean esquisita (para dizer o mínimo), não convence em algumas partes do filme e é forçada em outras e, ainda, alguns temas não ficam plenamente satisfatórios. Há pontos positivos, claro, inclusive a atuação de Julie Harris e Jo Van Fleet e alguns momentos interessantes, fora o fato de que com esse filme Dean já firmava a imagem de rebeldia que o tornaria um ícone. Embora o acima exposto, convém deixar claro que a minha impressão do filme, acima, não corresponde à dos fãs, que o acharam maravilhoso, até mesmo perfeito, a atuação de Dean explosiva e emocionante, destacando ainda diversos detalhes que seriam memoráveis, como os movimentos de câmera, a exploração do mito de Caim e Abel etc etc. Enfim, a avaliação depende de cada um realmente, sabendo-se também que no contexto daquela época, anos 50, o significado era diferente do que hoje aparece. Outro indicativo a favor do filme é o fato de ter tido quatro indicações ao Oscar de 1956: Melhor diretor, Atriz coadjuvante (Jo Van Fleet, vencedora nesta categoria), Roteiro original e Ator (James Dean). Dean recebeu a indicação postumamente, já que morreu no acidente de carro em 30 de setembro de 1955. Ano em que também realizou, depois deste, o filme Juventude transviada (Rebel without a cause), lançado também em 1955 e Assim caminha a humanidade (Giant), lançado em 1956, portanto após a morte de Dean. Por este último filme, James Dean teve a sua segundo indicação póstuma para o Oscar de Melhor ator (no caso, em 1957).  7,9