O CLUBE (EL CLUB)
Este filme chileno concorreu ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Não é um filme trivial. Sua indicação é para adultos e ainda para aqueles com formação menos conservadora. Porque tem um texto fortíssimo e cru, tratando com realismo de assuntos extremamente incômodos para a Igreja. O roteiro, tão pungente quanto original, permite que o espectador dê asas à imaginação para elaborar os fatos do passado dos personagens, muitos deles apenas sugeridos e que assumem um grande peso quando se passa a saber quem são aquelas pessoas que vivem no refúgio do litoral chileno (o que justifica o título do filme), com restrições diversas, embora passeiem na praia e apostem em corrida de cães (no galgo que criam e treinam). Há algumas cenas chocantes (não sexuais), mas o forte mesmo é a linguagem do filme, que escancara o que geralmente os demais escondem ou apenas colocam em entrelinhas ou reticências. Participou do 65º Festival de Cinema de Berlim (fevereiro de 2015) e lá foi tido como a obra mais polêmica. Na verdade, sua abordagem e seus efeitos não são apenas um soco no estômago, mas um autêntico rolo compressor. Algo indigesto para a maioria das pessoas, mas para quem gosta de um filme-denúncia forte e que escancara os fatos (como nunca antes foi feito), a opção é extremamente acertada, como a direção de Pablo Larraín, ao enfrentar tão delicado tema. 8,0