BIRD PEOPLE
Um filme contemporâneo, insólito e estranho. Porque de repente sai de uma visão normal e se torna simbólico, evocando liberdade e transformação, entre outras concepções, mas nos deixando confusos e atônitos. Principalmente no início o filme vai se desenrolando muito lentamente, parecendo perder tempo em detalhes que normalmente não interessam, mas como se para nos dizer que devemos parar e perceber muitas coisas ao nosso redor, talvez o que normalmente não faz parte do nosso foco, na correria do dia a dia (para alguns, o adjetivo poderia ser o de um filme “chato”). Mas de repente uma atitude imprevisível muda a direção das coisas e faz nascer algo. Um rompimento súbito, inesperado. E instantes depois, sem explicação, o realismo dá lugar à fantasia. Que é quando talvez se perceba que tudo pode ser leve, flutuando ao sabor da liberdade. A conexão se dá, por fim, e o filme termina nos deixando muitas interrogações. Mas o sentimento é de uma obra acabada e por isso deve ser tido como mérito essa sensação de estarmos vagando por caminhos onde a única certeza são os sentidos…e a experiência de repentinamente nos atirarmos ao desconhecido…Com Josh Charles (o Will de The good wife) e Anais Demoustier, produção francesa dirigida por Pascale Ferran (diretora do ótimo Lady Chatterley, de 2006) e que participou da mostra Um certo olhar, em Cannes 2014. 7,8