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ON BODY AND SOUL (CORPO E ALMA)

Este filme pode ser enquadrado como “filme de arte”, ou seja, é mais adequado para gostos especiais, embora não fique distante da sensibilidade popular. Para começar é um filme húngaro, o que já significa língua diferente, costumes diferentes, enfoque fora da rotina. Mas não há dúvidas quanto à sua qualidade, pois ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim deste ano (2017) e vai representar a Hungria na concorrência do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para o ano que vem. E é realmente uma história original e bastante interessante, muito bem conduzida e protagonizada. Lentamente vemos os personagens a que somos apresentados interagirem em um ambiente de trabalho, convivemos com a rotina absolutamente normal de todos, só que a partir de certo momento um fato insólito romperá de certo modo o equilíbrio, pelo menos para dois deles. Algo especial e extremamente poético. E aí serão inclusive compreendidas as imagens que aparecem no início do filme e que irão se repetir até o final, com algumas diferenças de enfoque, embora no mesmo ambiente selvagem. Existe muita riqueza nos detalhes, nos silêncios, na delicadeza da história, que vai possibilitar o (re-) nascimento de dois personagens aparentemente dessensibilizados para a vida, cada qual com suas marcas e suas motivações, em um encontro absolutamente surpreendente. Um filme para ser degustado aos poucos, revelando ótimas interpretações e uma excelente direção. 8,8