WAZ – MATEMÁTICA DA MORTE (WAZ)
Um drama policial britânico, produzido em 2007, mas que ainda hoje polariza bastante as opiniões de público e crítica, sendo por alguns considerado um filme inovador para a época – e extremamente bem feito dentro do seu estilo – e por outros algo muito superficial em relação ao que poderia ser. Assim, certamente alguns irão gostar ou adorar e outros desgostar ou detestar. Entretanto, o certo é que se trata de uma obra para um público especial (de estômago mais forte e que gostou, por exemplo, de Seven, de 1995), não sendo digerível por pessoas mais sensíveis à violência e a um clima permanente de desordem e decadência, nas lacunas e corrupção policiais e na aridez da cidade grande e incontrolável, repleta de becos, escombros e escuridão, inclusive humana. Embora a história traga a sensação (real) de já termos visto muita coisa parecida, o que aqui se destaca é a forma, ou seja, o modo pelo qual os fatos são mostrados e que eventualmente deixam o conteúdo em segundo plano, brilhando a fotografia, a trilha sonora e a direção de Tom Shankland (série The missing), que torna tudo muito ágil com os movimentos de câmera e com a bela edição, construindo um todo permanentemente tenso, misterioso e até mesmo imprevisível. Os personagens são densos, incluindo a parceira do veterano detetive (interpretada por Melissa George), mas o protagonismo é mesmo do ator Stellan Skarsgärd (Ninfomania I e II, Melancolia etc), que faz aqui um papel difícil, revestido do velho temperamento e comportamento isolacionista, exclusivista e de quem parece atuar sempre à frente do que o roteiro permite conhecer (a atuação de Stellan também é para alguns questionável, diga-se). Em resumo, para quem gosta do gênero, um ótimo programa. Para cinéfilos em geral, deve valer a aposta no risco. 8,7