VIDAS PASSADAS (PAST LIVES)

Este é daqueles filmes que após terminar (com uma bonita música na parte final dos créditos) nos deixa por algum tempo com diversas sensações. Misturadas ou até meio confusas. De nostalgia e de realidade. Porque é disso que trata: do amor e do primeiro amor, da vida, do tempo, das escolhas e dos laços afetivos importantes, que nos acompanham por toda a vida e ganham inúmeros significados, dependendo do coração, mas também da razão. Não é um filme comum e seu diferencial se dá no bom sentido: no da qualidade e da delicadeza. Tem um ótimo roteiro, uma bela, segura e sensível direção de Celine Song – na verdade impressionante para uma diretora iniciante – e excelentes interpretações de Greta Lee (americana, 40 anos) e Teo Yoo (sul-coreano,42 anos), embora o ator John Magaro (First cow) – americano e também quarentão – igualmente desempenhe muito bem o seu difícil papel. Na verdade, é um cinema diferenciado, quase se enquadrando naquela categoria de filmes de arte, em razão de seu tema e de seu andamento. Mas é uma belíssima obra, a ser degustada com muita atenção, mas também com sentimentos e que tem, com muito mérito, chamado a atenção nos festivais por onde tem passado, como os de Sundance 2023 e Veneza 2023. 9,1