TODAS AS COISAS (DA VIDA) SÃO BELAS (ALL THINGS FAIR)

O cinema sueco – aqui com a parceria dinamarquesa – é muito bom em contar histórias de jovens a caminho da idade adulta, com todos os seus dramas e de forma bastante realista, sem perder a sensibilidade (“Kim Novak nunca nadou aqui” é um exemplo). Este filme, feito em 1995, concorreu pela Suécia ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 1996 e ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim. Mostra a vida familiar e escolar de um jovem de 15 anos, maduro para sua idade e que de repente se vê envolvido na fantasia muito comum de adolescentes, com a professora. Que no caso é casada com um caixeiro viajante, alcoólatra, excêntrico, mas de bom coração, criativo e apreciador da música clássica. A partir daí e com algum erotismo, várias reflexões são propostas…sobre o equívoco da paixão, sobre distâncias instransponíveis, sobre o que parece eterno e de repente vai se desvanescendo, sobre erros de conduta e de avaliação…mas o lado do filme que realiza um tipo de estudo sócio-psicológico é forte, a ponto de deixar o espectador até constrangido com a decadência das coisas, com o sofrimento, com os paradoxos e as armadilhas do destino…8,5