THE PARTY

O texto seria também – e muito – próprio aos palcos teatrais, uma vez que as cenas se passam em poucos aposentos de um casa londrina, envolvendo toda a trama e todos os personagens, que permanecem em cena todo o tempo. Porque a riqueza do filme é justamente o seu roteiro (obviamente com um elenco afiado), que mistura habilmente crítica social, farsa, tragédia, humor (no caso sarcástico ou negro) e drama: como se todas as tempestades desaguassem e transformassem em caos momentos que deveriam ser destinados a uma comemoração honrosa. Não é um texto dono dos maiores aprofundamentos dramáticos, mas consiste em algo interessante, bem feito e que cumpre a missão a que veio e diverte, saindo bastante do lugar-comum (o que já é uma grande virtude). Tocado como drama farsesco, com uma deliciosa e proposital trilha sonora, o filme tem um ótimo acabamento e um final surpresa, embora provavelmente vá agradar mais os espectadores que também gostam de teatro. O elenco é estelar: Kristin Scott Thomas e Patrícia Clarkson soberbas, seguidas por Emily Mortimer, Cherry Jones, Bruno Ganz (fabuloso também), Timothy Spall e Cillian Murphy.  7,8