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RESSURREIÇÃO (RISEN)

Este filme épico moderno pode ser enquadrado a princípio dentro da categoria dos “filmes bíblicos”, a qual pertencem inúmeras obras já produzidas na história do cinema, como “A Bíblia”, “Os dez mandamentos”, “Jesus de Nazaré”, “Sansão e Dalila”, “Barrabás”, “Ben Hur”, “Noé” e tantos outros. Só que este é um filme diferente dos demais, embora seu tema seja efetivamente religioso. A começar pelo “clima” do filme e a maneira de contar a história, que nada têm em comum com os padrões do gênero: nem em fotografia, nem em trilha sonora, nem em evocações religiosas a todo o instante, que são marcas registradas dos filmes dessa espécie. Depois, o enredo é contado de uma forma menos apegada a tentativas de doutrinar e mais interessada em narrar os fatos e fazer um estudo da fé e da transformação do ceticismo em fé, tudo envolvendo o episódio específico da ressurreição de Cristo. O personagem central é um tribuno romano, a serviço de Pôncio Pilatos, e com ele vamos acompanhando as investigações a respeito do desaparecimento do corpo do Messias crucificado da gruta onde foi trancado com rigor e com guardas sentinelas. Tanto os caminhos que vamos acompanhando com o centurião, quanto os próprios fatos e a progressiva mudança de olhos e de atitude de um soldado romano inicialmente cético guardam bastante interesse e tornam o filme surpreendentemente atraente, ao fugir dos lugares-comuns a que estamos acostumados, inclusive com ótima atuação de todo o elenco, destacando-se o protagonista Joseph Fiennes.  8,5