PARIS, TEXAS

Uma produção franco-germânica de 1984 (filmada nos EUA) e que ficou muito famosa na época, porque premiada, dirigida por Wim Wenders e estrelada pela alemã Nastassja Kinski (Tess, A marca da pantera, Os amantes de Maria…), filha do ator Klaus Kinski e no auge da beleza (23 anos). Além dela, atuam Harry Dean Stanton e Dean Stockwell e Sam Shepard escreveu grande parte do roteiro. O famoso guitarrista Ry Cooder, tido como um dos melhores do mundo, compôs os temas musicais e a fotografia também é de muita qualidade. Apesar do nome do filme fazer menção à cidade Paris, que realmente existe no Texas, as referências do roteiro em nada se vinculam a ela e sim a um outro local, também chamado pelo mesmo nome. O filme trata de perdas e de relações, mas o roteiro o faz de um modo compassado, oferecendo aos poucos os detalhes para o espectador, que na primeira cena vê um personagem parecendo perdido em meio a um deserto no Texas, vestido com um terno surrado e um boné de beisebol, sem que saiba quem é, de onde vem ou para onde deseja ir (muito menos seus motivos); e a partir de então vai degustando a história aos poucos e também lentamente decifrando os mistérios que cercam o personagem, razão pela qual este filme foi enquadrado por muitos na categoria de  “filmes de arte”. Mas não é uma obra simbólica ou complexa e sim totalmente palatável, apenas sendo bastante dramática (talvez dolorida para alguns) em sua parte final, que é justamente o seu auge, a partir das cenas com Nastassja: nesses momentos decisivos e tocantes surge a beleza da história e também da ótima atriz, assim como aflora o talento dramático de Stanton e se reafirma a competência do diretor alemão. A cena no hotel também merece destaque, por sua beleza e delicadeza. O filme ganhou a Palma de Ouro (Prêmio Especial do Júri) no Festival de Cannes 1984, o BAFTA (Oscar britânico)1985 e diversos outros prêmios. 8,8