PARAÍSOS ARTIFICIAIS

A começar pelo nome, trata-se de um filme bastante interessante e muito bem realizado. Sobre o mundo jovem, inclusive das raves, do som eletrônico e da realidade artificial (as drogas). Mais submundo do que mundo, em um coquetel de imagens psicodélicas e viagens. E cenas corajosas de sexo. Mas a qualidade técnica e artística do filme é indiscutível. Até surpreendente. O diretor Marcos Prado, em seu primeiro longa metragem (2012), faz aqui um belíssimo trabalho em todos os sentidos, criando um mundo de sons, cores e efeitos que combinam perfeitamente com os dramas da narrativa, que mistura cidades (até Amsterdã) e épocas. Mas o filme é forte e denso. Um peso permanente parece pender sobre tudo, embora sobressaia a mensagem de que somos realmente o produto das escolhas que fazemos e do que sentimos (palavras do personagem muitíssimo bem interpretado por Luca Bianchi). Trabalho de grande fôlego para públicos especiais. Nathália Dill também está bela e intensa em seu personagem de foco difuso. 8,2