OS AMANTES DO CÍRCULO POLAR

Este filme franco-espanhol de 1998, roteirizado e dirigido por Julio Medem ((Lucia e o sexo, Um quarto em Roma, Árvore de sangue), é uma inspiração. Há os vários temas já explorados pelo diretor em outros filmes, como amor, morte, destino, coincidências no círculo da vida, tragédias, o inesperado e os caminhos desconexos, mas há também muito mais, sendo para uma expressiva parte de cinéfilos a maior obra de Medem. Gravado em Madri e também em partes da Finlândia, o filme possui uma estética admirável e conta sua história de uma forma extremamente original e atraente, recheada de momentos e de emoções de várias espécies; é inovador, profundo, intenso, perturbador e em vários sentidos, criativo, mágico e belíssimo. As imagens – inclusive acompanhadas dos ótimos textos e da divisão de perspectivas dos personagens, culminando com o título sugestivo de seu capítulo final – e seu conteúdo humano permanecem em nossas retinas horas depois de seu final. Foi indicado “a quatro prêmios Goya e ganhou nas categorias de Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora Original. Julio Medem também recebeu o Prêmio do Público no Athens International Film Festival, em 2000, e o Prêmio do Público de Melhor Filme Latino no Festival de Gramado. O filme também ganhou um prêmio Ondas de melhor filme espanhol e Najwa Nimri ganhou o prêmio de Melhor Atriz” (Wikipedia). É algo diferente e marcante, mesmo encantador, que apresenta um final também inesperado e denso. A crítica ao filme se concentra no fato de que o diretor teria abusado de “padrões” já experimentados e aprovados e que conduzem qualquer filme ao sucesso, de modo que teria conquistado crítica e público com esse tipo de estratégia, previamente elaborada e maquinada. Para mim, entretanto, a crítica é infundada e tudo no geral soa apenas e predominantemente como algo extremamente poético e insólito: como arte. Em uma palavra, maravilhoso! 9,5